Poesia e Veneno

Poesia sem regras


quarta-feira, 3 de novembro de 2010


O resto



Dela só restaram as lembranças
e a voz naquele velho gravador
onde nos divertíamos com um samba
em hora de intenso amor.

Dela só restou a saudade
de ficar um pouco mais,
das loucas brincadeiras
embaixo dos lençóis.

Dela só resta a vontade de querer estar,
de querer tocar, de poder beijar.
De ter e não poder negar
aquele velho e novo amor.

Dela só resta um guarda roupas vazio
de seus vestido floridos
que exalavam vontade de viver ...
e um perfume vagabundo que deixava marcas por onde passava.

Dela nada restou e aqui estou eu.

Com as lembranças,
o guarda roupas
e o gravador
Sem ter porque sorrir, chorar, ficar ou partir.
Dela nada restou... e o resto dela sou eu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário