Poesia e Veneno

Poesia sem regras


quarta-feira, 3 de novembro de 2010


O café

Eu tomo café e fico ligado, pensando na ida, na vinda, na volta.
Eu faço meus cálculos, invento história, me lembro de coisas e perco a memória.
Eu tomo café e mato meus sonhos, eu perco meus sono e faço outros planos.
Eu tomo café e tomo coragem, pra pensar no futuro e pescar meu passado.
Enterro as mentiras, revejo verdades.
Eu tomo café à insônia me invade.
A chama que arde reacende em mim, revivo um passado que nunca foi meu, revivo a esperança que nunca esqueci.
Eu tomo café e bebo o pecado e aquela saudade nos olhos da foto que intriga até hoje o peito frustrado.
Eu tomo café e me perco em meu quarto, com a porta e janelas fechadas só me restam as brechas pra tentar respirar.
Eu tomo café e o café me envenena, me abre os olhos, entorpece, aliena.
Eu tomo café e o café me alucina, me leva pra longe, me trás pra um abraço, me faz companhia e me deixa sozinho.

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