Poesia e Veneno

Poesia sem regras


quarta-feira, 6 de julho de 2011

A LOJA

Eu vejo a vitrine
E o colorido das cores da estação
Etiquetas dos jeans
E o sorriso estampado nas moças do balcão
Eu vejo a marca
Marcando o tempo
E o tempo ditando a moda
O que era velho voltando as novas
E o que é novo se reinventando...

ABRIGO NA NOITE

Ano 2006
Cercado pelas grades da cidade grande,
Querendo liberdade e sendo vigiado
Olhares cautelosos pela madrugada
Suspiro mal contido em meio ao vento frio
Verdades traduzidas em sinais de guerra, linguagem, liturgia, dialeto fútil.
Membranas, mãos atadas, laringe viciada, vícios,verdades, sexo e vaidades.
Querosene combustível para se levantar ,vaidade um passo em falso para se espatifar.
Vida fácil, falso poder, suave vacilo, doce veneno...
E então... raiar do dia...

DOMINGO NA TV

ANO 2003

Não adianta lutar, não adianta fugir.
Não adianta rezar, não adianta fingir.
Já não dá mais para voltar, já não dá mais para fugir
Já não podemos viver, já não podemos sorrir...
Pisou nas folhas, caiu no buraco?
Câmera escondida, porrada no saco.
Se tem futebol não vão te fazer chorar, caso contrário haja lenços para enxugar.
Pra te comprar não usam moeda, a moça bonita, o creme de escovar e as cacetada em reprise é que vão de conquistar.
Se domingo à tarde tem falsetas da vida, segunda de manhã tem receita de comida.
Se os baixinhos amarrados em frente à TV são o futuro da nação, no próximo capítulo teremos reconstituição.